Limites são necessários. O excesso de permissividade pode levar a problemas de conduta e disciplina, dificuldade em lidar com frustração e formação de crenças ligadas à superioridade.
Antes de mais nada, determine as regras de forma prévia, breve e clara, por exemplo:
- Bagunçou, arruma
- Se abrir, fecha
- Brincou, guardou os brinquedos
- Na bolsa de trabalho do papai não pode mexer
- Descer as escadas, só acompanhado
- Jogar futebol só depois de estudar
- Ir à escola não é escolha, mas obrigação.
Em caso de descumprimento, entenda que o fator mais importante na modulação de um comportamento são as suas consequências.
Para aumentar a frequência de um comportamento adequado, devemos recompensá-lo da maneira correta (reforço positivo) ou retirar essa recompensa quando ele não é executado (reforço negativo).
Para reduzir a frequência de um comportamento inadequado, devemos ignorá-lo (extinção de comportamento).
Alguns exemplos de como agir:
– Recompense bons comportamentos de forma social e não material: no dia a dia, elogie, beije, abrace, demonstre o quanto se sente feliz pela boa atitude da criança.
– Em ocasiões especiais: permita a visita de amigos em sua casa, deixe que seu filho escolha um dos pratos ou sobremesa preferidos para jantar, que proporcione um passeio a lugares que ele goste etc. (reforço positivo).
– Retire essas mesmas recompensas quando os comportamentos forem inadequados (reforço negativo).
– Algumas atitudes das crianças podem ser apenas ignoradas, como birras ou comportamentos cuja função é claramente chamar atenção do outro de maneira inapropriada (extinção de comportamento).
– Prometeu, cumpra. O que não pode não pode nunca! Não mude de atitude aleatoriamente. Faça com que as crianças adquiram responsabilidade.
– Critique o ato e não a pessoa. Troque frases como “Você é mentiroso” por “Dessa vez você não falou a verdade” ou “Você é burro” por “Nessa prova você não foi bem porque não estudou o suficiente”.
– Trate apenas o que é importante naquele momento. Evite sermões extensos, sobre assuntos do passado, do tipo “Você sempre mente pra mim, lembra daquela vez… E da outra vez…”. Procure ser breve e objetivo: “Você não falou a verdade dessa vez e, por isso, vai ficar sem televisão hoje à noite”.
Quanto menor a idade, menor a capacidade de concentração e mais objetivo deve ser o discurso dos pais.
– Não fique com pena quando a criança chora ou quando fica com raiva, caso contrário estará desconsiderando tudo o que foi trabalhado.
Saiba diferenciar necessidade e desejo.
Necessidade é inevitável, se não atendida pode levar a problemas no desenvolvimento físico, intelectual ou emocional.
Necessidades: alimentação, higiene, moradia, afeto, segurança, reconhecimento e educação.
Desejos: as pirações bem direcionadas, envolvendo um alvo específico e, nesse caso, não necessário. Quando não obtido prontamente, gera angústia, sim, mas que vai ser amenizada ao longo do tempo.
“Dê a quem você ama: asas para voar,
raízes para voltar e motivos para ficar”
Dalai Lama
Com essa frase, encerro uma breve reflexão sobre como manter uma relação familiar saudável, através da autonomia, da afetividade e dos limites.